Direitos de Verdade: Essa História Também é Sobre Você
Aos trabalhadores(as) em plataformas também devem ser concedidos todos os direitos de verdade previstos na lei, garantindo-se o trabalho digno para a atual e as futuras gerações.
Direitos de Verdade: Essa História Também é Sobre Você
Aos trabalhadores(as) em plataformas também devem ser concedidos todos os direitos de verdade previstos na lei, garantindo-se o trabalho digno para a atual e as futuras gerações.
A Precarização do Trabalho em Plataformas em números
A pesquisa Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais, realizada pelo IBGE, em 2024, revelou dados sobre a precarização do trabalho em plataformas
5,5h
é o número de horas a mais que, em média, trabalhadores plataformizados trabalham em comparação com os não plataformizados
75%
dos entregadores de plataformas afirmam não ter autonomia em relação ao valor e ao prazo por tarefa realizada, ao modo de atendimento aos clientes e às formas de recebimento do pagamento
8,3%
é o quanto, em média, os trabalhadores plataformizados recebem a menos por hora trabalhada quando comparado aos não plataformizados
84,3%
dos entregadores por plataforma estão na informalidade
R$1
é a quantia que motoristas plataformizados recebem a menos por hora trabalhada, em comparação com os não plataformizados
25,4%
é o quanto o número de trabalhadores plataformizados cresceu entre 2022 e 2024
Direitos de Verdade
Entenda os direitos de verdade e como a organização do trabalho, feita por muitas plataformas digitais, pode ameaçar tais direitos e contribuir com a precarização.
O Cenário Internacional e os Desafios da Plataformização do Trabalho
Diversos tribunais da Europa analisaram a natureza do vínculo entre plataformas e trabalhadores(as) e negaram a existência de uma verdadeira autonomia do trabalho realizado nas plataformas.
Além disso, importantes leis para a regulamentação do trabalho em plataformas no contexto europeu foram aprovadas, em especial a Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à melhoria das condições de trabalho nas plataformas digitais.

Relatos dos Trabalhadores em Plataformas
A gente tem um prazo quando o pedido é direcionado para gente, se a gente demora de chegar, eles já redirecionam o pedido para outro entregador. A mesma coisa em relação ao tempo que a gente tem para chegar no cliente, e aí se passar esse tempo eles bloqueiam a gente e a gente fica sem receber pedidos. As vezes a gente está numa distância de 15km e eles querem que a gente chegue lá em 5 minutos no meio da chuva.
Não tem tempo de ficar com a família no fim de semana e em datas especiais como dia das mães, dia dos pais. Eles [os aplicativos] são tão egoístas que nesses dias eles colocam promoções para o entregador ter tipo uma motivação para trabalhar.
O aplicativo não dá nenhuma tenda, nenhum lugar para carregar o celular. Se for na chuva, a gente fica embaixo de prédio. Nossa vida é assim.
O que mais me dói é as pessoas falarem para deixar o pedido no tapete. Quer dizer que o tapete é mais limpo que o próprio motoboy? Sendo que a gente está ali trabalhando com máscara, usando álcool. A gente para entregar um pedido, a gente está de máscara, mas o cliente não.
Quando acontece algum problema na moto, eles não perguntam quanto tempo eu levarei até resolver aquele problema, eles simplesmente bloqueiam a gente por 8 horas. Sendo que as vezes é só o pneu que eu posso remendar em 20 minutos, eu fico bloqueada por 8 horas, sem poder rodar, sem ganhar dinheiro.
Teve um dia que eu me senti muito humilhada quando entrei no elevador para subir com uma entrega, e uma senhora estava com um cachorro no elevador falou que ia sair, porque senão a capa de chuva molhada iria molhar o cachorro dela.
Todos os dias a gente passa por situação bem complicada. Até mesmo no trânsito, que é principalmente o maior motivo. Os carros não respeitam e acham que todo motoboy é aquele motoboy maluco que anda fazendo besteira no trânsito, mas nem todo mundo é assim.
Todos os dias é uma humilhação diferente. Tanto pelos clientes quanto pelas lojas. A gente não poder ter um banheiro para a gente usar, a gente não pode entrar dentro de uma loja para esperar um pedido, a gente fica no meio da chuva esperando o cliente sair, tem uns deles que demoram 30 a 40 minutos; lugar para sentar; uma água oferecida para a gente beber; são coisas simples, mas que no nosso dia a dia iria melhorar bastante.
A gente é obrigado a cumprir com os horários fixos. É obrigado, sabe por quê? Eles nos forçam a cumprir sem obrigar. Por exemplo, a gente trabalha de 10h as 22h. Esta pausa de 20 minutos é uma [...] a maioria dos motoqueiros vai falar que não usa. Por quê? Porque se você tirar uma pausa de 20 minutos para o almoço, o aplicativo vai diminuir o seu tempo online, então automaticamente o sistema vai diminuir as entregas para você naquele turno em que você tirou a pausa. Então o motoqueiro é obrigado a não tirar pausa. O que eu faço? Eu compro a minha marmita, coloco no baú e quando eu vou pegar um pedido que demora para fazer, eu almoço. É isso que a maioria dos motoqueiros fazem. Pois, se ele tirar pausa, principalmente na hora do lanche, o cara não pega mais entrega.
(...) você é obrigado a trabalhar os três turnos. Mas não por eles; eles não te dizem “você vai trabalhar agora, senão você é mandado embora”. Eles te obrigam pelo sistema, senão você não pega entrega. Então, indiretamente eles te obrigam [...] Se o motoqueiro não trabalhar os três turnos, se ele não ficar direto, o seu score cai. Você pode ser o melhor motoqueiro, saber os endereços certinhos, mas o seu score vai cair, se você não trabalhar o que eles exigem.
Fonte: Instituto Observatório Social, UNB e UFPB – Condições de Trabalho, Direitos e Diálogo Social para Trabalhadoras/es do Setor de Entrega por Aplicativos em Brasília e Recife
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